quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Ontem concentração em Lisboa

Ontem, 2008.12.16, das 19.00 às 21.00 houve uma concentração espontánea organizada através da internet em frente da embaixada grega de Lisboa, rua Alto do Duque 13. Cerca de quinze pessoas juntaram-se em prêsencia de uns polícias e de uns jornalistas para entregar uma carta de protesta.
A polícia deixou realizar a entrega só depois de ter tirado uma cópia do papel enquanto não foi permitida a entrega de uma mensagem escrita por uma cidadã grega na sua língua.

Carta de solidariedade com o povo grego em luta

Somos um grupo de cidadãos solidários com o povo grego em luta.
O movimento social na Grécia protesta contra a violência que a polícia exerce sobre os cidadãos, cujo caso mais recente foi o assassinato de um jovem de 16 anos. Mas os protestos são também contra as crescentes desigualdades sociais.
Neste mundo, quase todos os gregos com menos de 25 anos sabem que pertencem ao que é chamado por todo o lado como “a geração 700 euros”, a primeira geração depois da segunda guerra mundial que cresce com a certeza que vai viver uma situação pior que a dos seus pais. Uma geração com poucas perspectivas de um futuro melhor e ainda menos esperança nesse futuro.

Estamos solidários com a Assembleia de Ocupantes da Universidade Politécnica de Atenas que diz:

«Nas barricadas, nas ocupações da universidade, nas manifestações e nas assembleias mantemos viva a memória de Alexandros, mas também a memória de Michalis Kaltezas e de todos os companheiros que foram assassinados pelo Estado, fortalecendo a luta por um mundo sem amos e escravos, sem polícia, sem exércitos, sem cadeias e sem fronteiras.
No sábado, 6 de dezembro de 2008, Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos de idade, companheiro, foi assassinado a sangue frio, com uma bala no peito por um polícia na zona de Exarchia.
Contrariamente às declarações dos políticos isto não foi um "incidente isolado", mas uma explosão da repressão estatal que, sistematicamente, e, de maneira organizada, aponta aqueles que resistem, os que se rebelam, os anarquistas e anti-autoritários.
É o pico do terrorismo de Estado, que se expressa com a evolução da função dos mecanismos repressivos, seu armamento ininterrupto, o aumento dos níveis de violência que utilizam; com a doutrina da "tolerância zero"; com a calúnia da propaganda dos meios de comunicação, que penaliza os que lutam contra a autoridade.
São estas condições que preparam o caminho para a intensificação da repressão, tratando de extrair o consentimento social de antemão, e eles cobram as armas dos assassinos de Estado de uniforme!
A violência mortal estatal contra o povo na vida social e à luta de classes têm por objectivo a submissão de toda a gente, actuando como castigo exemplar, destinado a difundir o medo.
É parte do grande ataque do Estado e do patronato contra toda a sociedade, com o fim de impor as mais duras condições de exploração e opressão, para consolidar o controle e a repressão. Da escola às universidades, às cadeias com a escravidão, às centenas de trabalhadores mortos nos chamados "acidentes de trabalho, e a pobreza que atinge um grande número da população... Desde os campos de minas nas fronteiras, os programas e os assassinatos dos imigrantes e dos refugiados, aos numerosos "suicídios" nas cadeias e delegacias de polícia... dos "tiroteios acidentais" da polícia nos bloqueios à violenta repressão das resistências locais, a democracia está mostrando os seus dentes!
Nas barricadas, nas ocupações da universidade, nas manifestações e nas assembleias mantemos viva a memória de Alexandros, mas também a memória de Michalis Kaltezas e de todos os companheiros que foram assassinados pelo Estado, fortalecendo a luta por um mundo sem amos e escravos, sem polícia, sem exércitos, sem cadeias e sem fronteiras.
Enviamos nossa solidariedade a todas as pessoas que ocupam as universidades, as que se manifestam e lutam contra o terrorismo de Estado em todo o país.»
Grupo de cidadãos solidários com o povo grego em luta

Lisboa, 16 de Dezembro de 2008

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